domingo, 11 de dezembro de 2011

"La vie littéraire", por Xavier Placer





La vie littéraire

                                                                                                                                    Xavier Placer
Há, ao vivo -
O escrevinhador esforçado.
O beletrista-sorriso.
O neo-liberal sem rubor.
O polígrafo grisalho.
O figurão emblemático.
O equivocado sublime.
O barbudo deslumbrado.
O plumífero esvoaçante.
O pornógrafo de berço.
O ensaístazinho up-to-date.
O transcriador em órbita.
As duplas dinâmicas.
Os avinagrados.
O carreirista que deu certo.
O predador desinibido.
O destilador de essências.
O mártir do calvário do estilo.
A literata fisiológica.
O figurante de todas as fotos.
Outros.
− E, claro, o Escritor e o Leitor,

Graças a Deus.

(PLACER, Xavier. Mini prosas. Niterói: Letras fluminense, 1991. p.21)





Divulgação Cultural
(Clique na imagem para ampliar)




6 comentários:

  1. Emmanuel de Macedo Soares11 de dezembro de 2011 às 09:33

    Duzentos puxassacos na festa montada para entregar ao Waldenir Bragança o importantíssimo, consagradoríssimo e merecidíssimo título de Intelectual do Ano do Calçadão da Visconde de Itaboraí, onde aos sábados se reúnem os outros intelectuais dos anos e nos demais dias da semana desfilam as honoráveis figuras que costumam circular pela periferia de todas as rodoviárias! O que perdi, por não ser madrugador! Toupeiras emplumadas, de todos os tamanhos e gêneros. Pavões de penas lustradas pelo verniz narcisista dos elogios mútuos. Sorridentes rabiscadores de trovinhas, acadêmicos sem obra literária de academias putrificadas pela falta de uso, aspones sugadores da teta pública ostentando a onomástica imponente de suas funções ou disfunções, cabos eleitorais ansiosos para amanhã ou depois faturar alguma coisinha fazendo boca de urna. E a claque de sempre, que a gente encontra nas festas de aniversário, nas missas de sétimo dia ou nos jantares beneficentes. E o Carlos Rosa Moreira ainda perde tempo querendo saber como se define a cultura niteroiense. Será que precisa?

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  2. Ui, ui! Isso deve doeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeerrrrr!

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  3. Come é de praxe: Literatura-Vivência garante a livre expressão de comentários dos leitores do Blog, sendo elas de responsabilidade de seus propositores.

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  4. Obáaaaaaaaaaa! Parabéns para o Emmanuel!
    Até que afinal pinta alguém com coragem para desmitificar a turma dos honoráveis "Rasga Sedas"
    Parabéns ao Mestre Roberto por seu trabalho neste Blog.

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  5. Roberto
    Temos falta de uma crítica apurada em Niterói. Alguém que faça um comentário aprofundado sobre o material literário que se produz por aqui, não apenas uma resenha, mas uma crítica realmente. Ao baixar a borduna em todo mundo, Emmanuel de Macedo Soares fala muitas verdades, entre elas ele diz: "verniz narcisista dos elogios mútuos". Sim, se houvesse uma crítica, em vez do verniz narcisista e falso, haveria a discussão sobre a crítica. A crítica é necessária como provocação, e pode ser boa ou má, elogiar ou não, e seja de que modo for será uma provocação que suscitará debates e conversas. Mas me pergunto a quem ´poderá caber esse papel, quem se habilitaria? Quero botar macaco no seu ombro não Roberto... Nem no seu Emmanuel... Mas seria tão bom para a vida cultural da cidade se alguém se habilitasse. Alguém, de preferência, sem a borduna na mão, mas com a caneta acesa.

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  6. Concordo com você, Carlos Rosa.
    Um abraço
    Belvedere

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