quinta-feira, 28 de julho de 2011

Luís Antônio Pimentel: uma cara e muitas caricaturas


A cara

                                                 Pimentel em foto de Will Martins (2011)


As muitas caricaturas


Luís Antônio Pimentel na pena de Faustus, década de 1930



Pimentel exercendo sua segunda pele de fotógrafo em charge de Miguel Coelho (1979)



Caricatura de Pimentel assinada por Daní (1982?)



Pimentel retratado por Mendez (1982)



Luís Antônio Pimentel no traço de Carias (1991)



Pimentel em autoretrato (1992)


Retrato de Pimentel por Miguel Coelho (2000)



Caricatura de Pimentel de autoria de Ildo Nascimento




LAP na visão do cartunista Guidacci (2007)




segunda-feira, 25 de julho de 2011

Liane Arêas, o mundo e o universo poético de Bernardino da Costa Lopes



Até a presente data, talvez a última e mais substancial notícia que tínhamos sobre a vida e obra do poeta fluminense B. Lopes (1859-1916) teria sido dada por José Guilherme Merquior quando, em seu De Anchieta a Euclides (1979), o autor dedica quase sete páginas ao dito Poeta Fidalgo. No entanto, o B. Lopes ali apresentado está longe de retratar autor de Rio Bonito em seu espectro e magnitude. Para Merquior, como ele mesmo afirma em outro lugar (Formalismo e tradição moderna, 1974), B. Lopes ainda seria um autor pequeno burguês, “em contraste com muitos românticos egressos da nobreza ou da alta burguesia rural ou citadina” (p.44).
O leitor brasileiro ficaria, assim, obrigado a se contentar com essas migalhas informativas (quase um jejum) se desejasse conhecer a biobibliografia de B. Lopes em um estudo crítico. Apenas no ano passado, foi publicado, integrando a Coleção Introdução aos Clássicos Fluminenses, o título B. Lopes – O poeta fidalgo (Nitpress, 2010), saneando esta carência. A quem devemos cumprimentar por essa bela coisa? Seu nome é Liane Arêas, trata-se de uma orgulhosa integrante do Cenáculo Fluminense de História e Letras e que, com o referido trabalho, não só debuta com seu primeiro livro quanto se mostra – incontestavelmente – uma competente e hábil pesquisadora literária. Dizemos isso, pois, a obra, por sua amplitude e consistência, nos permite entrever quanta disciplina, empenho e critério foram a ela dispensados.
Trata-se de um trabalho que, transcendendo aos vagos padrões qualitativos do meio acadêmico-literário, satisfaz aos rigores exigidos nos meios universitários, o que faz de Liane Arêas um notório saber quando o assunto é a poesia “belopeana”.
Contando com um ensaio introdutório que situa B. Lopes em seu contexto de época e em seu métier literário, Liane Arêas permite que conheçamos traços da personalidade do autor, de seu estilo e motivações poéticas. O reencontro com B. Lopes fica garantido quando a autora fala da formação do poeta e de sua aderência à intelectualidade da época; das raízes e origens daquela obra poética; da trajetória e dos inúmeros êxitos que o poeta acumulou e, por fim, do declínio e morte do poeta. Neste trajeto, é preciso ressaltar a coerência, a coesão e a atenção com que poesias de diferentes fases são analisadas, interpretadas e decifradas com um método muito parecido com o da crítica literária Bella Josef.
Atenção especial merece a segunda parte do livro. Trata-se de uma seleção bastante completa dos poemas de B. Lopes. Na verdade, tal seleção é tão completa e tão fidedignamente estabelecida (atendendo, inclusive, à requisitos filológicos) que, diante da escassez de novas edições das obras do poeta rio-bonitense, o livro, aqui em apreço, bem constitui fonte de acesso às poesias do autor. Um pouco do poeta no livro? Registremos aqui a beleza constante à página 131, retirada da obra Helenos (1901):

 
PARAÍSO PERDIDO

Outro, não eu, que desespero, ao cabo
De, em pedrarias de arte e versos de ouro,
Ter dissipado todo o meu tesouro,
Como os florins e as jóias de um nababo;

Outro, não eu, que para o chão desabo
Esquecendo-te as culpas e o desdouro,
E a teus pés de marfim, como o rei mouro
Em torrentes de lágrimas acabo;

Outro conspurca-te a beleza augusta,
Cujo anseio de posse ainda me custa
Como um verme faminto andar de rastros.

E mais deploro este meu sonho falso
Ao recordar que andei no teu encalço
Pelo caminho rútilo dos astros!”

Fraseologista exímio (como foi seu amigo Cruz e Sousa), o parnasiano B. Lopes, a meio caminho do simbolismo, revela aqui um talento que não pode ficar nas brumas. Daí, após estas palavras, é preciso fazer coro com editor Luiz Augusto Erthal quando, no prefácio ao livro enfocado, assevera: “Tamanha riqueza literária, tal história de vida, a magia daquela boemia efervescente e produtiva, na companhia de figuras notáveis de literatos como Machado de Assis e outros, que gravitavam entre a Confeitaria Colombo, os jornais, as livrarias e os cafés no final do século XIX, não são para serem esquecidas” (p.6).
Sim! Se depender do livro Liane Arêas o mundo e o universo poético de B. Lopes não será esquecido.

 
                                                                                      Liane Arêas em foto de Will Martins

Liane de Souza Arêas, natural do Rio de Janeiro. Professora, alfabetizadora, pedagoga, poetisa, escritora e fotógrafa expositora da Sociedade Fluminense de Fotografia. Cursos de extensão curricular: Literatura, Língua e Cultura Espanhola na Universidade de Salamanca/Espanha, Orientação Educacional na Empresa-RH e Psico-pedagogia na Empresa pela UFRJ, Filosofia da Educação Infantil/Pedagogo Lauro de Oliveira Lima, dentre outros cursos de alfabetização infantil no Colégio Brasil e na UPE-União dos Professores Estaduais e, para adultos, no antigo Mobral.  Manteve durante quatro anos o Curso Pré-escolar e Alfabetização Nosso Cantinho, onde preparava os alunos para o ingresso no Instituto Abel, São Vicente de Paulo, Centrinho... lecionou aula particular de Espanhol.  Integra as Diretorias do Cenáculo Fluminense de História e Letras, da Associação Niteroiense de Escritores, do Elos Clube de Niterói e do Centro da Comunidade Luso-Brasileira do Estado do Rio de Janeiro. É do Grupo Mônaco de Cultura/Livraria Ideal, do Instituto Histórico e Geográfico de Niterói, da Associação dos Diplomados da Academia Brasileira de Letras, da Academia Guanabarina de Letras, do Sindicato dos Escritores do Estado do Rio de Janeiro, da Sociedade de Cultura Latina do Rio de Janeiro e da Academia de Letras Rio Cidade-Maravilhosa...  Participa de antologias, revistas e periódicos em Niterói, no Rio de Janeiro e em outros estados. Possui vários Certificados: Jurada e Presidente de Júri em Concursos de Poesia, fotografia, e artes plásticas. Diplomas de Honra ao Mérito e Troféus, dentre estes:  Prêmio Niterói Cultura da ANE-Assoc. Niteroiense de Escritores; Troféu e Diploma 1º lugar Concurso Ensaio Literário/Aspectos Formadores da Cultura Brasileira/Academia Carioca de Letras/2001; Menção Honrosa XIX Salão de Arte Fotográfica AABB Niterói;  Ao Mérito Cultural Elos Clube e Comunidade Luso-Brasileira; UBT-Niterói/ XXXV Jogos Florais/ Escultura de Bronze;  X Prêmio de Poesia da ANE/Medalha de Bronze Florbela Espanca Edição Especial... Recebeu Moção Honrosa da Câmara Municipal do Rio de Janeiro (Vereador José Carlos de Carvalho), da Câmara Municipal de Niterói (Vice-Presidente Dr. Fernando Nery de Sá) e da Câmara Municipal do Rio de Janeiro (Vereadora Teresa Bergher).