domingo, 15 de abril de 2012

Um soneto...







Não te arruínes, alma, enriquece

Centro da minha terra pecadora,
alma gasta da própria rebeldia,
porque tremes lá dentro se por fora
vais caiando as paredes de alegria?

Para quê tanto luxo na morada
arruinada, arrendada a curto prazo?
Herdam de ti os vermes? Na jornada
do corpo te consomes ao acaso?


Não te arruínes, alma, enriquece:
vende as horas de escória e desperdício
e compra a eternidade que mereces,


sem piedade do servo ao teu serviço.
Devora a Morte e o que de nós terá,
que morta a Morte nada morrerá.


(SHAKESPEARE, William. In: Sonetos. Tradução de Carlos de Oliveira)







5 comentários:

  1. Patrícia Poeta !!!! KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
    Não sabia que vc tinha humor, professor!

    Abraços da Val!

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  2. Emmanuel de Macedo Soares15 de abril de 2012 às 21:17

    Até que esse rapaz escreve direitinho. Tem futuro. Quem sabe não será o Intelectual do Ano de 2012?

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  3. Hilariante, Kahlmeyer!

    Parabéns pelo bom gosto e bom humor!

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  4. Manoel Casimiro Lopp16 de abril de 2012 às 10:18

    Roberto

    Sugiro que entres para o Facebook e através do mesmo divulgues o teu Blog.

    A visualização do mesmo será bastante ampliada.

    Abração pra tu.

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  5. jose pais de moura simoes16 de abril de 2012 às 10:21

    Caro doutor Roberto.
    Acuso seu último e-mail e muito agradeço, tais, os anteriores. O soneto do também imortal Shakespear, lindo, belo. Belo, Instrutivo,
    também seu Blog Literatura - Vivência.
    Julgo, seja eu também poeta...nas horas vagas. Prova cabal, meus, mais recentes versos.
    Um sincero abraço..............José Pais.


    Inda de sobra:
    Nem sombra... Shakespear,
    Nem... Do Fernando Pessoa.
    Não sou... Poeta qualquer
    Nem... Trovador sou à toa.

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