quinta-feira, 26 de julho de 2012

"Balalaica", poesia de Maiakóvski, em tradução de Augusto de Campos


No passado -  todos sabemos -  os gregos diziam poesia ao som da lira. Não seria de admirar que uma poesia russa fosse acompanhada por uma balalaica...
E o que dizer das aliterações de Maiakóvski? Dizer apenas que é boa poesia seria o suficiente?!




Balalaica


Balalaica
[como um balido abala
a balada do baile
de gala]
[com um balido abala]
abala [com balido]
[a gala do baile]
louca a bala
laica
(tradução de Augusto de Campos)
Balalaica

Balalaica
[budto laiem oborvala
scrípki bala
laica]
[s laiem oborvala]
oborvala [s laiem]
[láiki bala]
láicu bala
laica
(Maiakóvski, 1913)









7 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  2. Emmanuel de Macedo Soares26 de julho de 2012 às 09:53

    Muito bom lembrar Maiacoviski, sobretudo através de Augusto de Campos, que não foi apenas seu melhor tradutor, mas o único que conseguiu entranhar-se em sua forma torturada e trazê-lo com perfeição de mestre a um idioma tão diferente. Deu água na boca. Ache urgentemente a "Elegia a Sierguéi Iessiénin", tradução do outro Campos, o Haroldo, que está numa edição de 65 ou 66 da Revista do Livro.

    ResponderExcluir
  3. Excelente postagem, Roberto. Maiakovski... Augusto e Haroldo de Campos, Décio Pignatari... "Balalaica", "Beba coca-cola". Lembrança de um que a outros nos remete.
    Carlos Rosa Moreira.

    ResponderExcluir
  4. Olá Roberto, ótima abordagem para chegar ao Maiakóviski.

    Aproveito o gancho p/dizer que, por coincidência, aquele contato que Vc. disse que me procuraria, o Carlos Rosa Moreira, está citado como homenageado de um livro de Memórias (A herança e a procura) do multiartistaa Chico Lopes - de Poços de Caldas/MG. Recebi o livro, autografado pelo Chico Lopes, semana passada.

    E ainda no mesmo gancho, como foi ou não foi de Libido aos pedaços?

    abraços, CTrigueiro

    ResponderExcluir
  5. Carlos Trigueiro, entrarei em contato sim. Tenho a honra e o prazer de fazer parte, de alguma forma, do livro do Chico Lopes, excelente escritor radicado lá em Poços de Caldas. Um abraço.
    Carlos.

    ResponderExcluir
  6. Branca Eloysa Pedreira Ferreira26 de julho de 2012 às 21:19

    A emoção de ler Maiakovski no seu blog tem a ver com meu curriculo de ginasiana. Fui delicadamente convidada a me retirar do Colégio em que

    estudava porque me pegaram com um livro de Maiakoviski . Poemas. Tradução de Augusto e Haroldo de Campos e mais, presenteado por Pimentel!

    E dei com um poema dilacerante sobre as mães que perderam os filhos na guerra.

    Mãe,

    quem chama?

    Branca, branca, brocado em funeral.

    "É ele - ânimo! -

    o morto do telegrama.

    Ah fechem, fechem os olhos do jornal "

    ResponderExcluir
  7. Excelente postagem, maravihosos comentários!
    Abs
    Belvedere

    ResponderExcluir