sábado, 30 de junho de 2012

O que você achou do "III◦ Salão de Leitura de Niterói"?



Terminado neste sábado o evento literário que ocupou o Teatro Popular de Niterói, e que trouxe em sua programação grandes nomes das letras e da música brasileira, só se ouve uma pergunta: “O que você achou do III◦ Salão de Leitura de Niterói?”
A postagem de hoje é aberta ao registro de comentários, elogios, sugestões, críticas, agradecimentos, trocas de impressões etc.

Adicionalmente, oferecemos alguns registros da participação da Academia Niteroiense de Letras no evento.


Vista geral do Teatro Popular de Niterói, no Caminho Niemeyer

Teatro Popular de Niterói palco do "III Salão de leitura de Niterói"

"Bookgate"


Os acadêmicos Wanderlino Teixeira Leite Netto e Luiz Antonio Barros
no stand da Academia Niteroiense de Letras (no melhor estilo "men at work").


Detalhes da decoração do stand da ANL 

idem

"Nosso pequeno castelo"

Acadêmicos Carlos Rosa Moreira e Franci M. Darigo

Wanderlino T. L. Netto, Heraldo Sousa (do Instituto Histórico Geográfico de Bom Jardim - IHGBJ) e Roberto Kahlmeyer-Mertens

Os acadêmicos da ANL Bruno Pessanha e Wanderlino Netto com Heraldo Sousa do IHGBJ

Vista geral do Salão

Luiz Antonio Barros, Gracinda Rosa da Costa e Renato A. Farias de Carvalho, acadêmicos da ANL

Renato Augusto, Gracinda Rosa e Kahlmeyer-Mertens

Nova visão do III Salão de Leitura de Niterói

Externa do Teatro Popular de Niterói

A vista da Baía de Guanabara na manhã de sábado dia 30/06/2012
(céu de brigadeiro!)

Vista da audiência

Graça Porto (da organização do III Salão de Leitura de Niterói), Luís Antônio Pimentel, Glória Blauth (Diretora da Biblioteca Pública de Niterói - BPN)

O Editor da Nitpress Luiz Augusto Erthal com o poeta e acadêmico Sandro Pereira Rebel

Erthal, Neide Barros, Kahlmeyer e Rebel

Mesa redonda na programação da Nitpress: "O legado da cultura fluminense".Da esquerda para a direita: Márcia Pessanha (Presidente da ANL), Waldenir de Bragança (Presidente da AFL), Luis Erthal (Nitpress), e os acadêmicos Luiz Antonio Barros e Roberto Kahlmeyer-Mertens. Kahlmeyer falou da reediçao de "Presença da cultura fluminense", de Horácio Pacheco.

Luiz Antonio Barros fala do seu livro "Viagem literária através do Estado do Rio de Janeiro"

Vista parcial da audiência

Programação da Academia Niteroiense de Letras, palestra de R. S. Kahlmeyer-Mertens: “A existenciologia como a fundamentação para uma estética holística, segundo A. Barcellos Sobral

idem

Interação da plateia após a conferência de Kahlmeyer

Vista da audiência

Roberto Kahlmeyer com a educadora Stella Kisse

Os professores Roberto Kahlmeyer-Mertens e Robert Preis (UFF)

Kahlmeyer e Preis no stand da ANL

Descontração diante do stand da ANL:
Em primeiro plano o casal Liane e Will Martins, ao fundo se identifica Antônio Soares (ASO) e Edel Costa

Acadêmicos da ANL e amigos: Robert Preis, Will Martins, Liane Arêas, Luiz Antonio Barros, Antônio Soares, Edel Costa, Gilson Rolim, Neide Barros Rego 

Roberto Kahlmeyer, Robert Preis, Liane Arêas, Luiz Antonio Barros, Aso, Edel, Gilson Rolim e Neide B. Rego, diante do stand da ANL

Vista do pórtico do Salão à noite (Foto de Alberto Araújo)





quarta-feira, 27 de junho de 2012

Projeto "Livros que marcaram Niterói" ("Contemplação da unidade", de A. Barcellos Sobral)

 
 
 
Convicto do brocardo lobatiano segundo o qual “um país se faz com homens e livros”, tentei elencar, de memória, aqueles títulos que eu acreditava representar bem a cultura literária de Niterói. Consultando várias pessoas ligadas ao meio acadêmico de minha cidade, foi curioso o fato de minha lista coincidir com os títulos apontados por aqueles conhecedores de livros. Diante desta coincidência (ou deveria dizer “feliz serendipidade”), animei-me, sem maiores pretensões, a apresentar quinzenalmente alguns dos livros que teriam, de algum modo, marcado a cena literária niteroiense. Livros que trouxeram contribuições substanciais em alguma área, inovações, resgates, celebrações de datas festivas da cidade e que, até, ficaram conhecidos pelas polêmicas que causaram. Em todos esses casos, o valor literário ou histórico foi o que deu o critério para essas escolhas que – longe de serem completas – serão singelos afagos na cultura de nossa cidade.
Com esta postagem, o leitor de Literatura-Vivência poderá conhecer, no Projeto “Livros que marcaram Niterói”, um pouco mais das nossas letras.
Contemplação da unidade, de A. Barcellos Sobral 


Capa da primeira edição de Contemplação da Unidade (Heresis, 1997)

No ano de 1997 apareceu Contemplação da unidade – Tentativa de uma holística da existência, de A. Barcellos Sobral (editora Heresis). Na época, seu autor já era conhecido como poeta, teórico da literatura e esteta.
Nascido em 1919, no município de Campos dos Goytacazes/RJ, A. Barcellos Sobral era estatístico de formação e desde muito cedo se dedicou à poesia. Publicou Poema –1° Caderno, em 1955, época na qual esteve atrelado ao Clube de Poesia de Campos. Entre os trabalhos que compõem sua obra poética – programada para cinco respeitáveis tomos – estão também: No alto como as estrelas (1986) e o primoroso Misael: crônicas de uma paternidade (1996).


Autógrafo de A. Barcellos Sobral na primeira edição de Contemplação da unidade.

Tendo colaborado com o jornal Letras Fluminenses durante a década de 1980, o autor viu-se na necessidade de propor categorias estéticas que viriam contribuir para aquilo que chamou de “poesia integral”. Contemplação da unidade pontifica, então, como um arrojado ensaio de estética no qual o autor conjuga esta ideia à luz da filosofia, e das físicas clássica e quântica, tangendo indiretamente a termodinâmica do físico alemão Max Planck e a transdiciplinaridade (holística) do franco-brasileiro Pierre Weil. A obra – com sua síntese entre a palavra e a holística; a poesia e a ciência – reafirmou a reputação do poeta e pensador desvelando, adicionalmente, sua habilidade de ensaísta.
Aplicado ao exercício do ver, cujo olhar não se cansa de afiar seu gume, o esforço dispensado por A. Barcellos Sobral nos lembra o de um Aristóteles, aplicado à tarefa de qualificar e sistematizar espécimes em seu bestialógico e de cartografar céus e mundos. A lucidez desse homem traduz-se nos esquemas dos fatos estéticos em geral, matéria de sua “metafísica do belo”.
Na obra em apreço, essa manobra é antecedida pelo levantamento filosófico da ordem dos seres, esboçando o que o autor nomeou “existenciologia” (estudo da existência dos entes). Essa seria pré-requisito para uma teoria estética inovadora e que fugiria a muitos dos esquemas da razão judicativa propostos por Kant, no que concerne ao conceito de beleza. Tomando o belo como o “esplendor da ordem” universal, o autor parte da sinergia de todos os fenômenos estéticos; recorre à terceira lei da termodinâmica, como base das suas idéias; propõe uma revisão da classificação tradicional dos gêneros lírico, épico e dramático, associando o lírico ao belo na porção ideal de sinergia, numa escala crescente de intensidade responsável por fenômenos estéticos como o dramático e o épico. Agenciando esses elementos, nosso autor sopesa o belo pela quantidade de energia que nele estaria contida. Pode, assim, afirmar que apenas no gênero lírico teríamos uma quantidade ideal de energia, ao passo que em manifestações dramáticas e épicas da poesia, por exemplo, teríamos a energia em doses exacerbadas.
Essa intuição original é fundamentada no estudo abrangente desses fatos estéticos. O trabalho de A. Barcellos Sobral consegue dar, na mesma proporção, aprofundamento e extensão ao estudo. O texto, escrito de maneira simplificada não dispensa, contudo, o grau de especificidade técnica que seu autor cunhou, incluindo aparato terminológico próprio.
Mais que um livro de estética, trata-se de um ensaio original redigido inteiramente em Niterói e cuja intensidade nos evoca a estudá-lo, não apenas lê-lo diletantemente. Nessas reflexões de estética (e mesmo na existenciologia que a precede) há o diálogo com Max Planc, Wolfgang Kaiser e Pierre Weil, mas estes são apenas pontos de partida às intuições intelectuais próprias de nosso autor. Percebe-se em Contemplação da unidade que apenas as ideias figuram em seu corpo, não teve vez a erudição; assim, as referências e citações deram espaço um pensamento original decorrente daquelas temáticas essenciais. Quanto a isso, bem disse Antônio Carlos Villaça no primeiro aparato crítico do livro (prefácio): “Não conheço ninguém mais profundo, mais abissal e mais exigente do que nosso Barcellos Sobral. Ele é um bicho da seda. Tira tudo de si mesmo. Não tira nada dos outros”.


Capa da primeira edição de Contemplação da unidade (Nitpress, 2009)

No ano de 2009, no topo de seus lúcidos 90 anos de idade, A. Barcellos Sobral editou pela Nitpress uma segunda colação (revisada e ampliada) do livro, trazendo aprimoramentos significativos se a compararmos com a edição princeps. Atento a novas nuanças de sua investigação, acresceu quatro novos quadros de estética no corpo do tratado. A chancela de excelência sempre notória no trabalho do autor uma vez mais pôde ser conferida pelos interessados nos estudos de filosofia, arte e literatura. Naquela data, por ter acompanhado de perto o processo de revisão e assinando o segundo aparato crítico da obra (pósfácio), tive a oportunidade de proferir as seguintes palavras de reconhecimento: “Eis o trabalho da vida de um homem, um livro que nos ensina que a contemplação não é apenas exploração ou crítica, mas um amor sem paixão, capaz de perceber as coisas simples, serenamente. Ensaio de contribuição inegável aos fundamentos filosóficos da estética, a obra de nosso pensador é chancelada pela dedicação incondicional, sendo, essa nova edição – no ano que seu autor celebra seus noventa anos de idade – brinde à comunidade acadêmica e aos interessados nos estudos de filosofia, arte e literatura”.
A autenticidade do projeto de A. Barcellos Sobral, hoje, mais do que nunca, necessita de herdeiros disponíveis a aprender a sua visada abrangente, criadora e rigorosa, de gente que esteja disposta a estudar e contemplar a Unidade.


CONVITE:
III◦ Salão da Leitura de Niterói


SALA NOEL ROSA
 14h – “A existenciologia como a fundamentação para uma estética holística, segundo A. Barcellos Sobral” - Roberto Kahlmeyer-Mertens - Academia Niteroiense de Letras

(Público Adulto)



Divulgação Cultural
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segunda-feira, 25 de junho de 2012

O "gracias a la vida" de Aécio Alves da Costa


Quem seriam os atuais "atores" da literatura fluminense?
Esta pergunta tem por resposta uma série de nomes que, entre os nativos das terras do estado do Rio de Janeiro e os nela radicados, compõem um caldo literário com o tempero bem ao nosso gosto.
Apresentamos hoje um dos escritores que compõe o significativo cenário da literatura fluminense.


Fotoshop de Erik Johansson


“Caminante no hay camino, [en la vida] camino se hace al andar”. No verso de Antonio Machado uma bela verdade. Outras tantas podem ser encontradas na poesia que vem de Nova Friburgo - RJ. Trata-se do “gracias a la vida!” do poeta Aécio Alves da Costa, presidente da Academia Friburguense de Letras.



Vida


                                                                                                                         Aécio Alves da Costa

Vida que te quero viver.
Quando subia as montanhas no Vale Nevado dos Alpes chilenos
Me dei conta de nosso tamanho diante do universo
Onde pude refletir de modo solitário
Sentindo-me como um ponto minúsculo
Naquele vale imenso, lindo e aterrador.
De onde vi o voo de um condor.

Os seres humanos são criaturas tão pequenas
Tão menores que o universo
Tão insignificantes diante de sua imensidão
Que não devemos nos preocupar tanto com as coisas menos importantes.

Aproveitar a cada momento da vida…
Ampliar a visão do mundo, dar asas à imaginação
Sonhar, viver a vida
Suportar nossas fraquezas
Não nos preocuparmos tanto com as coisas que nos aborrecem.

Aproveitar a vida oferecendo amor, espargindo alegrias
Sorrir e fazer alguém sorrir a cada dia
Escolher ser feliz a cada dia
Reverenciar o nascimento de um ser
Dando-lhe a garantia do bem viver
Entre os homens e sob o olhar do Criador.
Aproveitar o Sol, que aquece a alma e dá vigor ao corpo.

Contemplar o brilho da lua e
Mergulhar na escuridão da noite
Encontrar sempre o lado positivo de tudo que nos rodeia
E ele aparecerá. É só procurar… concordar
E mesmo que tudo pareça tão grande, tudo é tão pequeno.
Viver intensamente a cada momento,
Viver sem medo de ser feliz
Viver como se o amanhã não existisse
Ou seja, viver a VIDA de hoje e agora!





Divulgação Cultural
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